doce

me pergunto "como o que começou com noites roubadas para nós dois coexistirmos termina comigo sozinha, com marcas, agora só minhas, deixadas sobre minha pele?" 

você foi e anos se passaram 
a sombra de um doce amor 

vivi tanto tempo sobre a sombra desse doce amor 

o que antes era uma incógnita começa a se tornar menos doloroso 

não é tão mais assustador ser eu, sozinha, sem ninguém para me abraçar quando a coisa mais difícil que eu tiver que fazer é ser eu mesma 

eu sei que ainda vai doer 
mas eu não passo mais meus dias esperando que doa 
mesmo com minha mente e meu coração confusos 

você sabe, eu tenho respirado 
por incrível que pareça, tenho tomado chás com o pôr-do-sol
lido livros ao nascer 

tenho tentado viver ao invés de sobreviver a mim mesma 
me abraçar
acender um incenso, colocar um CD para tocar ou apenas ligar Taylor Swift no Spotify 

quando as coisas ficam difíceis, tento escutar Evermore ou Eu de Djonga 

nunca pensei, mas descobri em casa um mundo inimaginável 

sair e conhecer o mundo me aparece inecrutável 
mas, qual a melhor viagem se não aquela na qual decidimos apreciar pelo começo? 

olhando os aredores como desconhecidos que nos interessam 
buscando algo que talvez eu nunca encontre, tento desvendar o mistério que sou eu e que é o mundo 

que eu me satisfaça com isso 
com a procura 
tudo que eu preciso é sentir que procurei o tanto que pude 
isso valerá minha vida. 
ainda que isso signifique nunca ter saído de casa. 

mas, por favor, me permita sair também 
como a calmaria e o caos das águas desse mundo 
apenas me permita ir 
ainda que eu volte para casa 
que eu tenha ido para qualquer lugar que seja
para algum lugar que seja
que seja viajado para dentro de mim, me permita ir 

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