mulheres no mundo

quando eu era mais nova aprendi sobre quão importante era se sentir amada
mais do que ser, se sentir.

você sabe: podemos parecer amantes 
mas isso não quer dizer que somos amadas 
e ainda que sejamos, não necessariamente nos sentiremos assim; 

uma pena que os contos não nos ensinem isso:
sobre as perdas, as dores, as derrotas e como as vezes o final não vai ser lindo, fácil e simples 
que as coisas vão mudar, e, bom.. nem sempre você gostará ou lidará bem com essas mudanças; 

mas, acho, a vida é um pouco disso:
descobrir por si mesma que nem sempre você vai se sentir amada 
e que buscar sua liberdade, aquilo que se aprende quando se é adolescente sobre ser uma mulher livre, nem sempre será fácil ou bom. 

as vezes você vai chorar sozinha 
e como ninguém vai ter te dito antes, vai doer, muito! 

a vida é isso, então? 
descobrir por mim mesma que talvez minha liberdade me traga também gotas de solidão? 
e que, bom, talvez eu não me sinta amada verdadeiramente por alguém, algum dia, como nos contos de fada? 

não sei 
talvez sim ou talvez não 
e, tudo bem 
uma mulher não pode ter todas as respostas do universo, ainda que queira 
e eu juro, como queria tê-las, milhões de vezes queria tê-las 

para ser mais fácil 
para doer menos 
para não me sentir tão pequena diante do mundo e me perguntar o porque de nossos corações serem constantemente destruídos:
acho que dói por isso
por terem criado no nosso imaginário uma casa bonita só para destruírem depois e nos deixarem lá, sozinhas 

mas eu juro que não aceito apenas isso. 

tudo bem, é, tudo bem 
que eu não tenha todas as respostas do mundo 
e as vezes, que eu faça birra para lidar com minhas próprias dores 
mas, por favor, tudo que eu peço é uma coisa: me deixe ver, sentir 

engraçado, mas, ainda que doa, tudo que eu quero é continuar sentindo quão viva estou e quão viva posso ficar 
talvez até, quão doloroso será viver e superar 

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